quinta-feira, 16 de abril de 2015

Mudanças que não mudam.

Um dia eu sonhei com uma vida totalmente diferente do que a que eu levava. Sonhei com um trabalho, com uma faculdade, de como seria para conciliar os dois. Imaginava como seria meu namorado se eu tivesse, como eu seria quando mais velha. Como seria minha vida. Hoje, se eu pudesse conversar com a Aline mais nova, diria:
- Oi, Aline. Sou você mais velha, com 21 anos. Na vida de uma pessoa comum, não haveriam mudanças drásticas na passagem da adolescência para a vida adulta. Mas você, fofa, não é uma pessoa comum. Por mais incrível que parece, vai conseguir conquistar tudo o que sonhou. Vai arrumar um emprego, crescer nessa empresa e ser reconhecida pelo seu trabalho. Vai arrumar um namorado que gosta muito de você, rockeiro também, divertido, bonito, com cabelos compridos e que ouça as mesmas músicas que você. Ele que vai te apoiar em tudo e estar ao seu lado sempre, viu? Quanto a isso você não precisa se preocupar! Ah... Sobre a faculdade. Sim, você vai desistir de Medicina. Vai descobrir que você não nasceu para isso e que sua vocação é outra, bem diferente! Não gosta muito de música? Não gosta de ajudar as pessoas? Você vai cursar Musicoterapia! Sim, um curso novo no Brasil. Ele será sua vida, vai se descobrir na Musicoterapia.
 Aline, com 21 anos sua pele estará limpa. Relaxe! Você já terá feito um longo e sofrido tratamento de pele e o que tanto de deprime nunca mais irá te incomodar. Continuará magra, porém ganhará mais corpo, um corpo de mulher! Claro, já estará adulta.
 Até aqui está parecendo uma vida maravilhosa, não é? Não pode esquecer que nos ensinamentos espíritas que tanto leu, viu que a vida não é só feita de vitórias. Você vai chorar, vai chorar muito, até passar mal. Vai querer morrer, acreditando que assim tudo irá melhorar. Vai se sentir deslocada, vai achar sempre que é um estorvo, já que seus pais se separaram e na sua cabeça, você não tem mais casa. Não vai se sentir bem em nenhum lugar e se sentirá uma intrusa na casa dos outros, mesmo esses outros sendo seus pais e parentes.  Vai querer sua independência, porém, não terá dinheiro para conquistá-la. Tudo está muito caro, Aline, e você vai pagar a faculdade com muito esforço e trabalho!
 Ah! E quando você achar que finalmente terá paz, não se engane. As pessoas que você mais ama, vão dar um jeito de te magoar. Passará algumas noites chorando e amanhecerá com os olhos inchados e vermelhos. Tem maquiagem para solucionar esse problema. Porém, como sempre, você até agora mal sabe passar um lápis de olho, mas se esforça para fazer tudo: depilação, maquiagem, unhas... Pois mesmo trabalhando, não terá tempo de ir a um salão!
 Você se sentirá dependente de tudo e de todos e isso te sufocará até chegar um ponto que haja um nó em sua garganta. Chorará de desespero, clamando por paz. Só paz. A paz que por enquanto você não está encontrando.
 Cuidado! Muitas pessoas vão querer lhe passar a perna, mas você sempre driblou todas muito bem!
 O mais legal é que ninguém, repito, ninguém vai reparar que você está acabada por dentro. Pois você conseguirá como sempre conseguiu, mascarar tudo o que está em você. Por isso eu te digo: Prepare-se e aproveite, nossa vida nem começou! 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

E sempre...

Wish You Were Here


So, so you think you can tell
Heaven from Hell
Blue skies from pain
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?

Did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
Did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?

How I wish
How I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl
Year after year
Running over the same old ground
What have we found?
The same old fears
Wish you were here


Queria que Você Estivesse Aqui


Então, então você acha que consegue distinguir
O Paraíso do Inferno
Céus azuis da dor
Você consegue distinguir um campo verde
de um frio trilho de aço?
Um sorriso de um véu?
Você acha que consegue distinguir?

Ele fizeram você trocar
Seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança?
Você trocou
Uma pequena participação na guerra
Por um papel principal numa cela?

Como eu queria
Como eu queria que você estivesse aqui
Nós somos apenas duas almas perdidas
Nadando num aquário
Ano após ano
Correndo sobre o mesmo velho chão
O que encontramos?
Os mesmos medos antigos
Queria que você estivesse aqui

Pink Floyd



segunda-feira, 13 de abril de 2015

Intra corpórea

Meus olhos se fecharam lentamente. Era para estar em um lugar que eu me sentisse segura. Primeiramente pensei em ir para a minha antiga casa, onde cresci. Mas depois, imediatamente estava em um Teatro. Um grande teatro. Não sei o real motivo. Devo ter ido ao Teatro pouquíssimas vezes na minha vida, mas naquele momento era como se fosse frequente a minha ida até lá. 
Estava todo apagado e tinha apenas uma grande luz branca sobre mim. Comecei a dançar. Movimentos leves e sem destino. Em volta do corpo, em volta do eixo, no chão. Eu dançava juntamente ao chão com uma música clássica, bonita, mas nunca havia ouvido antes. Porém, era perfeita para aquele momento. Aquele momento também perfeito. Olho para frente e vejo um grande espelho de madeira. Olhei-me fixamente para o espelho e dancei para ele, como se estivesse dançando para mim mesma. E estava! Dançava para descarregar, dançava para me libertar, acabar com as dores físicas e psicológicas. Minha mente dançava com o meu corpo. Eu não sorria. Apenas sentia o chão de madeira dançando comigo e com o espelho, o grande espelho que me olhava. 
A despedida foi dolorosa, pois uma hora a música acabou e precisei partir. Cada segundo restante eu gritava: NÃO! Mas ninguém me ouvia, até que uma lágrima teimosa desceu de meu rosto e logo secou.
Demorou algum tempo até eu conseguir voltar. Sim, parece que sempre vou voltar ao mesmo Teatro. Estava nua, completamente sem vestimenta. Fazia movimentos leves, ondulados. Novamente o espelho surgiu, mas dessa vez, não dancei para ele. Conforme eu dançava, meu corpo pedia mais e mais e mais movimento. O chão tornou-se limitado demais para meu corpo, para a minha mente. Então flutuei, uma água aérea. Meus cabelos compridos voavam lentamente em meu corpo e ao entorno da minha cabeça, movimentos aquáticos. Agora, não estava mais nua, uma bela manta rosa-perolado estava entornando meu corpo, deixando poucas partes desnudas à mostra. Agora eu sorria, conseguia fazer todos os movimentos que meu espírito pedia. Até que flutuar também ficou limitado, peguei embalo e voei. Voei mais alto, dando a volta completa pelo Teatro escuro, e por onde eu passada com minha bela vestimenta rosa perolada de seda, as luzes se acendiam e mostravam toda a beleza de milhares de cristais me aplaudindo. Tudo era música. Tudo era espírito. Eu estava feliz, voando, flutuando, nadando em mim mesma ao som de minha música interior. Music Child. Conseguia sentia a macieis dos meus cabelos dourados, iluminados pelas luzes dos cristais ao redor do imenso salão Teatral. 
Até que precisei me recompor. Estava liberta, suave, tranquila, feliz. Olhei para meu reflexo no espelho e sorri, pensando em como seria a próxima visita ao meu Teatro Interior.


Hoje

Hoje eu queria estar em qualquer lugar, bem longe de tudo isso. Longe de tarefas e obrigações. longe de livros, provas, gente falsa... Queria estar em outro país! Ou nem precisava ser outro país, pode ser outro Estado. Um que seja e esteja bem frio.
Queria não ter que me preocupar com dinheiro. Queria poder viajar com meu namorado, passear, conhecer lugares, ficar a sós com ele, como faz tempo que não ficamos.
Gostaria de flutuar nos céus... E subir... subir... =/